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DISCURSO DO CAMARADA FILIPE JACINTO NYUSI, NA ABERTURA DA IV SESSÃO ORDINÀRIA DO COMITÉ CENTRAL.

Matola, 22 de Maio de 2021

Camarada Secretário Geral do Partido Frelimo;
Camaradas Membros da Comissão Política;
Camarada Armando Emílio Guebuza, Presidente Honorário do Partido;

Camaradas Membros do Secretariado do Comité Central;
Camaradas Membros do Comité Central;
Caras e Caros Camaradas!

É com renovada emoção que nos reunimos hoje, em sessão do Comité Central do nosso glorioso Partido FRELIMO, momento singular de reencontro dos quadros e militantes do órgão máximo da FRELIMO, no intervalo entre os congressos.
Gostaríamos de dar as boas vindas aos membros deste órgão que se deslocaram de todas as províncias deste belo Moçambique, para poderem participar na sessão que irá decorrer ao longo dos próximos dois dias, nesta histórica Sala de Congressos da Escola Central da FRELIMO, na cidade da Matola, Província de Maputo.
Permitam-nos, por isso, que iniciemos a nossa intervenção, saudando os Membros do Comité Central aqui presentes e, através de vós, todos os mais de quatro milhões de membros e simpatizantes da FRELIMO, em todo o território nacional e na diáspora.
Com elevado fervor, saudamos o Povo Moçambicano, a quem servimos que, com perseverança e alto sentido patriótico, continua firme e resoluto na luta pelo bem-estar e na construção de um Moçambique cada vez mais próspero, inclusivo e de justiça social.
Exaltamos o heroísmo, coragem e elevado sentido patriótico das nossas briosas Forças de Defesa e Segurança que combatem os terroristas, que semeiam luto e dor nos distritos do centro e norte de Cabo Delgado e a autoproclamada Junta Militar da Renamo, que protagoniza ataques armados na região centro do País.

Caras e Caros Camaradas!
No intervalo entre a última sessão e esta, apartaram-se eternamente do nosso convívio os camaradas membros do Comité Central: Marcelino dos Santos – membro fundador da FRELIMO e Herói Nacional, Abdul Razack Juma, Zacarias Arone Sonto, Fatenga Hoje e José Frank Picardo – membro do Comité Central Suplente, vítimas de doença.
Faleceram ainda destacados antigos quadros dirigentes do Partido: Mário da Graça Machungo, Cadmiel Filiane Muthemba – Combatente da Luta de Libertação Nacional, Guideon Ndobe, Pedro Juma, Francisco Pateguana, Francisco Itai Meque, Oldemiro Júlio Marques Baloi, Assumane Aly Dauto, João Facitela Pelembe e Pedro Juma.
Sabemos que existem mais Camaradas ao longo de todo o ano incluindo as vítimas do terrorismo.
Em sua memória, peço que observemos um minuto de silêncio.
Obrigado.

Camaradas!
A IV Sessão do Comité Central, já há muito esperada por todos nós, e não só, realiza-se a mais de um ano depois da última sessão do órgão, em que aprovámos o manifesto eleitoral que nos levou à vitória esmagadora e histórica da FRELIMO e de seus candidatos, nos pleitos eleitorais de 15 de Outubro de 2019, em todos os 154 distritos do nosso país.
A nossa Frelimo continua sempre inspirada no povo, por isso, para além de uma profunda radiografia sobre a situação política, económica e social do País, nesta sessão, temos o dever e obrigação de fazer o balanço do processo das VI Eleições Gerais, Presidenciais, Legislativas e para as Assembleias Provinciais e a celebração da vitória histórica que o nosso Partido alcançou.
Para além do balanço eleitoral, iremos ainda, nesta sessão, passar em revista, de forma profunda, os eventos que marcam a vida dos moçambicanos e do País, no período em análise.
Destes, destacam-se: o combate ao terrorismo, o processo do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração e o impacto da pandemia da COVID-19.
SITUAÇÃO POLÍTICA
Como é do conhecimento de todos, o órgão não se reúne desde 2019, por imperativos impostos pela crise sanitária causada pela pandemia da COVID- 19 que afeta Moçambique e o Mundo inteiro.
É por isso que sempre consideravam que a direcção máxima do Partido Frelimo tinha medo e receio de convocar esta reunião decisora da FRELIMO.
Hoje, todos os ouvidos e olhos dos nossos concidadãos e do mundo inteiro, mesmo aqueles que se consideram nossos opositores, prestam a sua atenção à nossa sessão na Matola.
Queriam que a sessão do Comité Central tivesse lugar no meio de incertezas, pressão, dor e mortes dos nossos compatriotas.
Depois do Governo ter considerado que a situação permite a concentração condicionada de diferentes organizações, devidamente organizadas e autorizadas, estamos aqui para fazermos a nossa agenda, a agenda da FRELIMO e não uma agenda forjada.

Camaradas!
Eu considero a PAZ como o AR, o Ar, na visão dos filósofos nos anos 550, antes de Cristo.
O AR, portanto, a PAZ é o princípio de todas as coisas: todas as coisas dela, isto é, do AR, ou seja, da PAZ provém, todas as coisas a ela tornam.
Do mesmo modo, que a nossa alma, que é feita de AR, da PAZ nos mantém, assim o vento, o AR envolve o mundo inteiro.
Portanto, é da PAZ que quero falar.
No prosseguimento da nossa abertura, persistência e paciência, decidimos avançar na concretização do compromisso, assumido logo no início do mandato em 2015. Nessa ocasião, dissemos que, na nossa governação, “iríamos primar pelo diálogo construtivo com todas as forças políticas e organizações da sociedade civil para promover a concórdia e que tudo faríamos para que, em Moçambique, jamais irmãos se voltassem contra irmãos, fosse a que pretexto fosse”.
Da série de diálogos, veio a necessidade de aperfeiçoar a nossa democracia, através de atualização do modelo de descentralização.
Foi preciso bastante coragem da parte de todos nós para avançar com o novo modelo de descentralização de eleição dos Governadores, sobretudo tendo em conta as condições adversas que o país enfrentava.
A mesma coragem, tiveram os moçambicanos em 1990, ao decidir introduzir o multipartidarismo na nossa Constituição da República, e as primeiras eleições multipartidárias tiveram lugar em 1994, ou a coragem que tivemos em 2010, quando optámos pelo estabelecimento das Assembleias Provinciais, introduzidas na nossa Constituição da República em 2004, igualmente nos esforços contínuos de aperfeiçoamento da nossa democracia.
A situação política do País tem sido marcada pelo recrudescimento dos ataques armados por grupos terroristas em Cabo Delgado e a recusa da Junta Militar em abraçar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração no quadro do diálogo com a liderança da Renamo.
Apesar dos esforços das nossas Forças de Defesa e Segurança na frente de combate e dos esforços do nosso Governo na busca da Paz, o terrorismo continua a representar uma grande ameaça à soberania nacional e à integridade territorial, nas zonas afectadas.
Os assassinatos perpetrados pelos terroristas no norte de Moçambique tiram sossego a qualquer moçambicano sensato e obriga-nos a todos nós a redobrarmos os nossos valores de patriotismo, união e solidariedade em prol das vítimas.
O terrorismo é um fenómeno global, com causas diversas, manifestações complexas e impactos nefastos incalculáveis e o nosso país não é o único em África e no mundo, vítima deste mal.
O terrorismo em Cabo Delgado caracteriza-se pelo cometimento de atrocidades hediondas, assassinatos e decapitações de pessoas inocentes, violação dos mais elementares direitos humanos, deixando rastos de destruição nas aldeias e em infraestruturas estatais e privadas.
Apesar de ser um fenómeno global, do qual ninguém se deve considerar imune ou que pode sozinho combater, com base nas experiências de outros países e na consciência de cada um de nós, a responsabilidade número um de combater o terrorismo e a instabilidade deve ser do cidadão de determinado país e para o nosso caso, de cada moçambicano.
Nós precisamos e queremos apoios, sem proclamar a nossa resignação neste processo de defesa da pátria, de defesa da nossa liberdade.
Temos exemplos frescos, ontem apoiamos os nossos irmãos, mas eles próprios estiveram na linha da frente pela sua identidade, daí que as suas independências se tornaram sustentáveis.

Camaradas!
A Cimeira da Dupla Troika da SADC que acolhemos, no dia 8 de Abril, em Maputo, na nossa qualidade de Presidente em exercício da organização, foi uma das várias iniciativas, visando mobilizar sinergias dos países vizinhos, no combate ao terrorismo em Cabo Delgado e medidas adoptar que evitem o seu alastramento para o resto do país e para região.
Nessa Cimeira, deixamos bem claro “que sendo o terrorismo um fenómeno global, neste caso, com incidência em Moçambique e com impacto para a região, temos uma responsabilidade partilhada, em primeira mão, como país e como SADC, sem nunca declinarmos ou minimizarmos o apoio de outros parceiros bilaterais e multilaterais”.
É nesta senda que, para a próxima semana, tivemos a iniciativa de convocar, mais uma vez, a Cimeira Extraordinária da Dupla Troika da SADC, que terá como tema central a situação de Segurança em Moçambique, contrariamente aos que dizem teimosamente que Moçambique não precisa de apoios.

Camaradas!
A par do terrorismo, vivemos o problema da Zona Centro do País.
O ano de 2020 foi caracterizado por importantes avanços na implementação do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos ex-guerrilheiros da Renamo, um processo indissociável da Descentralização, no quadro do Acordo de Cessação Definitiva de Hostilidades Militares e do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional.
Como resultado, do total de cinco mil duzentos e vinte e um ex-guerrilheiros, foram abrangidos pelo processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dois mil, trezentos e sete antigos guerrilheiros da Renamo, o que corresponde a pouco mais de 44 por cento.
Dez bases da Renamo foram desmanteladas, entre as quais nove ficaram totalmente encerradas, enquanto duas bases também acolheram o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, mas só irão encerrar no fim do processo.
Refira-se que vários membros da autoproclamada Junta Militar da Renamo, num toral de sessenta e dois elementos, desertaram das fileiras do grupo, juntando-se ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração.
Queremos aproveitar esta ocasião para reiterar o nosso apelo aos compatriotas que insistem na violência armada como modo de vida, a abandonarem esses actos e à liderança da Renamo a continuar a persuadir os seus seguidores, a aderirem ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, sem manobras e nem pré-condições.

SITUAÇÃO ECONÓMICA
Caros Camaradas!
Nesta sessão, iremos igualmente apreciar a propostas do Orçamento do Partido para o corrente ano, incluindo a sua sustentabilidade económico-financeira.
Apreciaremos, igualmente, informações do Governo sobre o Programa Quinquenal do Governo, que materializa a visão estratégica, as prioridades e os pilares definidos no manifesto eleitoral que este órgão aprovou na sua última sessão, incorporando as aspirações dos moçambicanos.
E como tem sido apanágio do nosso Partido, faremos o balanço dos Planos Económicos e Sociais de 2020 e do ano em curso, com o fim de identificarmos, tanto os avanços como os nós de estrangulamento na sua implementação, para que possamos definir mecanismos para a realização das metas estabelecidas para cada prioridade e pilar do Programa Quinquenal do Governo.
Contudo, importa fazer alguma referência sobre a situação económica no período em análise, ilustrando a sua tendência.
A situação da pandemia global da COVID-19, que determinou a recessão económica global estimada em -3.5%.
Esta situação implicou um recuo em todos os sectores mais expostos ao mercado externo em 2020, os sectores de Turismo, nomeadamente a Hotelaria e Restauração, com registo negativo de -23.1%, o sector de Extracção Mineira com recuo de -16.8%, e o Sector de Transporte e Comunicações na ordem de -2.20%.
Neste contexto, estima-se que se tenha registado uma quebra do PIB na ordem de -1.3% em 2020, depois de uma tendência de crescimento ocorrida em 2019, com registo de 2.3% do crescimento do PIB, apesar dos efeitos das calamidades naturais, nomeadamente, os ciclones IDAI e KENNETH, assim como a situação de insegurança na Zona Centro e Norte do país.
Contudo, durante este período, a taxa de inflação permaneceu muito abaixo de dois dígitos e decorreu, em larga medida, de duas situações concomitantes:
Primeiro, da capacidade de produção agrícola interna, o que propiciou o abastecimento de produtos alimentares, que reforçado pela queda do preço de produtos energéticos importados, resultou na contenção da espiral inflaccionista.
Segundo, com medidas de política monetária prudentes, que numa situação de procura agregada enfraquecida pelas componentes de Consumo, Investimento e Exportação, conduziu ao atrofiamento dos mecanismos de crédito, o que acarretou efeitos benignos de segunda ordem, afastando pressões inflaccionistas.
No âmbito fiscal, foi possível a implementação de medidas de consolidação fiscal, por via da racionalização dos gastos públicos, incluindo a autonomia faseada do fundo de pensões dos funcionários do Estado, o saneamento de dívidas com fornecedores de bens e serviços ao Estado.
Em 2020, a melhoria na arrecadação de receitas internas assegurou grande parte da despesa de funcionamento e o défice foi coberto por recurso ao mercado financeiro interno, assim como por fontes externas, nomeadamente, o financiamento em condições concessionais de carácter multilateral e bilateral, e donativos externos.
De modo a assegurar a sustentabilidade da dívida pública, procedemos à reestruturação da dívida soberana, permitindo ajustar a trajectória da economia nacional e reforçando a confiança dos mercados internacionais sendo que temos estado a beneficiar do perdão e/ou a reestruturação da dívida contraída a nível bilateral ou multilateral.
Para tornar a nossa economia sustentável e no âmbito de diversificação da nossa economia, lançámos o Programa SUSTENTA, um Programa de assistência estruturada às famílias rurais, da sua integração nas cadeias de valor de produção agrícola, distribuição de insumos e equipamentos.
O apoio à produção, o acesso ao financiamento, a capacitação dos agricultores e a melhoria dos serviços de extensão rural são as bases de implementação do projecto SUSTENTA.
Com este projecto, o Governo pretende incrementar a capacidade de produção dos pequenos e médios agricultores, facilitar o acesso aos mercados e ao financiamento.
Esta é a engenharia de gestão governativa que encontramos.
Para dinamizar a comercialização agrícola e agro-industrial em fase de conclusão, procedemos à concessão da gestão de complexo de silos, em regime PPP.
O processo abrange onze complexos de silos e armazéns com capacidade global de oitenta mil toneladas.
Com esta medida iremos aumentar as condições de conservação, capaz de impulsionar o aumento da produção agrícola e de serviços afins, o agroprocessamento, o abastecimento em matéria prima à indústria nacional.
Este exercício e mais tantos, complementam a nossa iniciativa já na fase conclusiva, isto é, a iniciativa Um Distrito, Um Banco.
A nível das estradas, concebemos e estamos a executar o Programa Integrado de Desenvolvimento de Estradas Rurais nas províncias de Nampula – 660 Km, na Zambézia – 759 Km, numa extensão global de 1419 km.

Estamos a esfalfar as estradas Montepuez-Ruaça, em Cabo Delgado, ontem ligamos à estrada Cuamba-Muita, em Niassa. Em Nampula, está a avançar com êxito a asfaltagem da estrada Naguema-Chocas Mar.

Na Zambézia, prevemos concluir, ainda este ano, a ponte sobre o rio Licungo, em Sofala, estamos a asfaltar a estrada Tica-Búzi, em Inhambane, decorrem as obras da nova ponte sobre o rio Save e em Gaza, estamos na asfaltagem da estrada Caniçado-Mapai, só para citar alguns avanços.

O Programa Água para Vida – PRAVIDA, na sua primeira fase, vai permitir a desponibilização de água para cerca de um milhão e setecentas mil pessoas.

Ainda para prover água, estamos em obras nas cidades de Pemba, Tete e Moatize, cidades da Beira e Dondo.

Estamos a construir a Barragem de Gorongosa.

Em Maputo, vamos brevemente concluir as obras de construção do sistema de água a partir da Barragem de Corumana, ligando Sábié-Moamba-Machava-Matlhemele e levaremos água a Guava, ao Grande Maputo.
A nível de Energia, por forma a garantir o aumento da disponibilidade de energia, o Governo identificou um conjunto de projectos prioritários, que tem em vista assegurar uma maior diversificação da matriz energética nacional, garantir o fornecimento de energia fiável, de qualidade ao menor custo, bem como reforçar o papel de Moçambique como um Pólo energético da região da SADC.
Na componente de geração, até 2024, pretendemos promover investimentos públicos e privados em novas infraestruturas de produção de energia elétrica que assegurem, pelo menos mais 600 MW na capacidade nacional instalada, com uma contribuição crescente das energias renováveis.
A entrada em operação da central solar de Mocuba, representou um marco importante na concretização de Projectos de energias renováveis de escala.
Temos inúmeros projectos de centrais solares de produção de energia em diferentes estágios de desenvolvimento, tendo recentemente sido lançada a primeira pedra para implantação da segunda central solar, em Metoro, Cabo Delgado, prevendo a implantação dos projectos das centrais solares de Cuamba (com arranque previsto para Junho próximo), Lichinga, Mecufi, Dondo e Manje, até ao final de 2024.
Ainda na componente infraestruturas de geração, registámos com satisfação a Decisão Final de Investimento anunciada pela Sasol, que cria as condições para o arranque da construção da Central Térmica de Temane (450 MW), no segundo semestre deste ano.
O primeiro troço da espinha dorsal da rede elétrica nacional a 400 kV, Temane – Maputo, será complementado pelo projecto da linha que liga Chimuara a Alto Molócuè, numa extensão de 367 Km, com obras iniciadas no passado mês de Março, que assegura o incremento do volume de energia, proveniente de Cahora Bassa e a melhoria da qualidade de fornecimento nas províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa, a partir de finais de 2022.
No quadro do Programa Quinquenal do Governo, iniciámos em 2020 as obras de construção da linha de transporte de energia elétrica a 110 kV ligando Chibabava, na Província de Sofala a Vilanculo, em Inhambane, numa extensão de 240 Km.
Desafiamo-nos ainda a electrificar todas as sedes dos Postos Administrativos ainda sem acesso à energia elétrica, iniciativa que irá abranger 135 Postos Administrativos.
Até ao momento, concluímos obras beneficiando as primeiras 12 sedes, estando em curso obras de eletrificação de 20 sedes e, este ano, daremos início aos trabalhos para a ligação de mais 21 sedes de postos administrativos, em todo país.
Para eliminar barreiras do poder das famílias ao acesso à energia eléctrica, o Governo eliminou a taxa de ligação exigida às famílias que pretendem dispor de energia elétrica pela primeira vez (anúncio feito em Alto Ligonha).
HOJE JÁ NÃO SE PAGA NADA PARA REQUERENTES A NOVAS LIGAÇÕES e constatámos um aumento considerável de números de novas ligações que vão permitir que neste mandato possamos assegurar de 10 milhões de Moçambicanos possam dispor de energia elétrica pela primeira vez.
Na área dos hidrocarbonetos, comprometemo-nos a prosseguir com acções, visando viabilizar, neste quinquénio, a exploração sustentável das reservas de gás natural que abrem novos caminhos para o desenvolvimento do nosso país.
Neste sector registamos:
O progresso das obras de construção da plataforma flutuante de produção de gás natural liquefeito, com um nível de execução próximo de 80%, o que garante que o nosso país passe a ser um importante actor no mercado de petróleo e gás, já a partir de 2022.
A nossa aposta incide igualmente sobre a implementação da primeira unidade industrial de produção de GPL (gás de cozinha), com uma capacidade de 30.000 toneladas por ano, a ser implantada em Inhambane.
Foi neste quadro que o meu governo aprovou a revisão do plano de desenvolvimento que permitiu que a SASOL tomasse a decisão de investimento de 760 Milhões de USD, anunciada em Fevereiro deste ano.

SITUAÇÃO SOCIAL
No âmbito da expansão da rede sanitária, decretamos a iniciativa presidencial Um Distrito, Um Hospital.
A iniciativa consiste em construir ou requalificar e apetrechamento de unidades sanitárias ao nível de todas capitais distritais.
Este é um projecto que deverá ser continuado e actualmente iniciamos a construção de hospitais distritais de Ponta de Ouro, Búzi, Massinga e Mopeia e um hospital provincial de Inhambane.
Foram concluídos os hospitais distritais de Jangamo e Gilé e a requalificação do Hospital distrital de Cuamba.
E ainda este ano serão concluídas as obras de construção dos Hospitais Distritais de Macia e Machaze, dos Hospitais Gerais da Beira e de Nampula e do Hospital Provincial de Lichinga.

Para garantir o funcionamento dos hospitais construídos, decorre paralelamente o programa acelerado de formação de profissionais de saúde, que visa formar até 2025 mais de 600 médicos especialistas em diversas especialidades e ainda 700 técnicos de saúde, entre anestesistas, instrumentistas e enfermeiros intensivistas.
Como podem verificar, estamos a carregar o manifesto para seu o seu cumprimento seja avaliado pelo povo moçambicano, em 2024, a favor na nossa grande FRELIMO, em primeiro plano.
O tema sobre a COVID-19 será aflorado com detalhe no balanço do Governo, contudo reiteramos que o nosso Governo continuará a envidar esforços na implementação das medidas de prevenção e combate a esta pandemia.
Queremos deixar uma saudação especial aos profissionais da saúde que, estando na linha da frente, têm demonstrado alto sentido de humanismo no cumprimento da sua missão, na prestação dos cuidados médicos às pessoas infectadas pela COVID-19, permitindo a sua recuperação e retorno.
Reiteramos uma palavra de apreciação aos moçambicanos pela elevação crescente do nível de consciência, quanto à necessidade de observância das medidas de prevenção e combate à COVID-19.
Ainda neste capítulo, queremos realçar a iniciativa presidencial Um Distrito, um Edifício Condigno para o tribunal já em curso ao longo de todo país e na fase inicial, a iniciativa Uma Província, Um Aterro Sanitário, na fase de estudo ambiental pela sua complexidade e, em 2021, contemplamos os municípios de Inhambane, Vilanculo, Lichinga, Chimoio, Nacala e Pemba.

ELEIÇÕES
Como de certeza estamos todos recordados, as eleições de 2019 foram realizadas num contexto caracterizado por vários factores adversos, com destaque para a depreciação do metical face ao dólar, a suspensão do apoio ao orçamento, as calamidades naturais, nomeadamente, seca, cheias e ciclones, os ataques armados em Cabo Delgado e na região centro do País.
Mas todos assumimos a decisão do Comité Central de que deveríamos colocar de lado eventuais diferenças internas e avançarmos unidos e coesos em busca da vitória eleitoral.
A pré-campanha foi feita com ampla e inexorável onda vermelha que levamos a cada aldeia e bairro, a cada família, a todas as gerações no campo e na cidade, que voltou a convencer os moçambicanos que o projecto da Frelimo como a sua própria alternativa séria e credível para o desenvolvimento do país.
A eleição dos Governadores Provinciais ocorreu, pela primeira vez, na sequência da revisão constitucional de 2018, como parte do processo de paz, em que a descentralização surgiu como uma das soluções para alcançar consensos com a Renamo para o fim das hostilidades militares, adequando desta forma o estágio da nossa democracia às vontades de todas as forças vivas da sociedade.
A vitória é histórica, não só porque conseguimos alcançar a fasquia extraordinária de votos na eleição do nosso candidato presidencial e dos assentos da FRELIMO na Assembleia da República, como também conquistámos a maioria expressiva em todas as Assembleias Provinciais e elegemos os nossos candidatos a Governadores em todas as províncias do país.
Um dos objectivos centrais desta sessão é, precisamente como dissemos, a celebração da nossa vitória eleitoral, arduamente conquistada, compreender a sua dimensão e capitalizar a experiência característica nos processos eleitorais.
Devemos transformar esta sessão numa oportunidade para analisarmos, de forma crítica, construtiva e sincera, a eficácia da nossa estratégia eleitoral, para que possamos tirar as boas lições de forma a não replicar mecanicamente, nos próximos processos eleitorais que, de certeza, serão em contexto diferente deste que hoje está em análise.

Camaradas Membros do Comité Central;
Caras e Caros Camaradas!
É nas grandes tempestades que emergem os melhores marinheiros, que emergem os melhores líderes.

Os membros deste Comité Central representam esta classe de liderança.
Por isso, o debate que teremos nestes dois dias só terá repercussão sobre a vida do nosso partido e do país, desde o momento em que estiver focado e inspirado nas mais prementes aspirações do povo moçambicano, não no tratamento de assuntos de grupos descontextualizados no nosso foco comum, o bem-estar de cada Moçambicano.
Por isso, encorajamos um debate mobilizador, um debate encorajador e um debate de ideias acionáveis e plenamente exequíveis.
Termino, augurando êxitos para que nesta sessão se desenvolva o debate aberto, franco, honesto e justo na abordagem das matérias agendadas e aprovadas e que daqui saíamos mais unidos, coesos e como sempre alinhados, rumo à conquista das próximas vitórias para o Partido e para os moçambicanos.
A Luta Continua!
Com estas palavras, temos a honra de Declarar aberta a IV Sessão Ordinária do Comité Central do Partido FRELIMO.
UNIDADE, PAZ E DESENVOLVIMENTO, A FRELIMO A FORÇA DA MUDANÇA
Muito Obrigado

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