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Moçambicanos já podem fazer transplante de órgãos no Egipto

O Presidente da República *Filipe Jacinto Nyusi* terminou hoje uma visita oficial de três dias ao Egipto a convite do seu homólogo Abdel Fatah El-Sisi.
 
Os dois Chefes de Estado reuniram-se na manhã de Sábado por mais de uma hora

e meia a sós e depois com as respectivas delegações. No final os dois Governos rubricaram três acordos de cooperação nas áreas de agricultura, consultas políticas e isenção de vistos para passaportes diplomáticos, de serviço e especiais.
 
Houve ainda conversações a nível ministerial nas áreas de Saúde, Cultura e Turismo. Na Saúde o acordo de cooperação deverá ser assinado posteriormente mas já decidiu-se por avançar no envio de doentes moçambicanos que precisam de realizar transplante de órgãos humanos, enquanto não for aprovada a lei sobre a matéria já depositada na Assembleia da República e em fase de auscultação pública. Moçambique deverá ainda enviar crianças que tenham determinados tipos de cancro para tratamento no Egipto, mas também de adultos, segundo assegurou a Ministra da Saúde, *Nazira Abdula*.
 
Após os encontros realizados no palácio presidencial do Egipto os dois Chefes de Estado falaram à imprensa tendo destacado a discussão sobre assuntos relacionados com a Defesa e Segurança.
 
O Presidente da República diz ter explicado ao seu homólogo sobre a situação dos ataques em Cabo Delgado perpetrados por insurgentes até aqui sem rosto.
 
E por seu lado, Abdel Fatah El-Sisi disse que o seu país está disponível para ajudar Moçambique a combater qualquer tipo de violência, até porque o Egipto tem larga experiência em prevenir e combater ataques terroristas protagonizados por movimentos extremistas, dai que quer trocar informações constantes com Moçambique nesse domínio, para se evitar o desenvolvimento de grupos radicais.
 
*Felipe NYUSI* disse já na conferência de imprensa de balanço da visita que os dois países têm já há vários anos acordo de cooperação no domínio de Defesa e Segurança através de formação de instrutores na Academia de Ciências Policiais e que agora o esforço é reactivar esse acordo e uma vez que tal acontece numa altura que o país enfrenta ataques de insurgentes em Cabo Delgado, deu-se tónica a esse assunto, mas que o objectivo é mesmo no âmbito geral das matérias relacionadas com a Defesa e Segurança e não apenas terrorismo em particular.
 
O Chefe de Estado moçambicano disse que há 10 anos que as relações diplomáticas e de cooperação com aquele país estavam praticamente hibernadas e o objectivo dos dois países é catapultá-las, por isso, no próximo ano vai se realizar a reunião da Comissão Mista que terá como objectivo avaliar o grau de implementação das decisões tomadas na “cimeira” de Cairo e explorar novas áreas de cooperação entre os dois Estados.
 
Nyusi lembrou ainda que a última reunião do género tinha acontecido em 2010.
 
Para além do domínio político e diplomático, os dois países pretendem ainda relançar as relações económicas que estão muito abaixo do seu real potencial.
 
Nos últimos anos o comércio entre Moçambique e Egipto foi de menos de cinco milhões de dólares quando pode se vender muito mais e até realizar-se investimentos significativos em ambos lados.
 
Até porque o Egipto tem uma larga experiência na exploração do petróleo e gás natural, é uma grande potência no turismo e agricultura, serve de porta de entrada para os países da região através de uma extensa rede ferro-portuária e rodoviária, todas essas são características económicas similares a Moçambique dai que não há como os dois países não tirarem vantagens económicas nas suas relações.

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