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PR destaca Acordos de Lusaka como Vitória do Sacrifício

Filipe Nyusi enalteceu aos esforços da geração de jovens que entregaram as suas vidas para libertar o país do jugo colonial

O país parou, ontem, para celebrar a passagem de 43 anos da Assinatura dos Acordos de Lusaka, na Zâmbia, a 7 de Setembro de 1974. Estes acordos

puseram fim à dominação colonial – que durava há 500 anos – de Portugal a Moçambique e culminariam com a independência nacional, proclamada a 25 de Junho de 1975. A partir dessa altura, o país passou a celebrar esta data como feriado nacional consagrado à vitória contra o regime colonial português, após 10 anos de luta armada. Lichinga, capital da província do Niassa, foi escolhida para receber as cerimónias centrais, dirigidas pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.

As celebrações iniciaram com a deposição de uma coroa de flores no monumento aos heróis e tiveram o ponto mais alto no Campo de Atletismo de Lichinga, para onde milhares de pessoas e antigos combatentes se dirigiram com vista a assistirem ao quarto Festival dos Combatentes.

A festa consistiu no desfile de mais de 4,2 mil antigos combatentes e desmobilizados da guerra dos 16 anos ou combatentes pela soberania e democracia. A maior parte dos combatentes era proveniente dos distritos de Niassa e uma minoria das restantes províncias do país, com destaque para Cabo Delgado, que participou com 60 combatentes, e Nampula, com 25.

O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACCLIN), Fernando Faustino, representando todos os combatentes, leu a mensagem dos mesmos, destacando a realização do festival na província do Niassa. É que aquela província foi estratégica no avanço da luta contra o colonialismo, abrindo espaço para a sua expansão para Tete, Zambézia, Manica e Sofala, ao mesmo tempo que registava as primeiras zonas libertadas.

Niassa contribuiu significativamente com combatentes na guerra pela liberdade, por isso, tem um número significativo de seus filhos reconhecidos como heróis nacionais e outros que se destacaram como oficiais superiores do exército que combateu os colonos portugueses. Na ocasião, Fernando Faustino endereçou rasgados elogios ao Presidente da República, Filipe Nyusi, pela sua liderança nas negociações em curso com a Renamo para o restabelecimento da paz efectiva no país. Faustino citou como exemplo da determinação e compromisso de Filipe Nyusi com a paz a sua recente ida à serra da Gorongosa, onde se reuniu com Afonso Dhlakama, uma reunião que foi útil para acelerar os entendimentos sobre as matérias em discussão entre o Governo e a Renamo. Por outro lado, o líder da ACCLIN destacou os esforços de Filipe Nyusi na governação do país, apesar das dificuldades económicas que o país enfrenta, realizando investimentos importantes para que o país continue a desenvolver. E recorreu, como exemplo, à entrada em funcionamento da linha-férrea Cuamba-Lichinga e às obras em curso das estradas Cuamba-Lichinga e Montepuez-Ruassa.

Por sua vez, o governador de Niassa, Arlindo Chilundo, recorreu a números para consubstanciar o posicionamento de Fernando Faustino, revelando que, desde finais do ano passado até Junho deste ano, com a entrada em funcionamento do comboio de passageiros e mercadorias de Cuamba a Lichinga, o governo provincial conseguiu poupar mais de 47 milhões de meticais, valor que era usado para o transporte de diversos tipos de bens para a capital provincial. E essa poupança resultou na aplicação do dinheiro noutros sectores de desenvolvimento.

“Vitória do sacrifício”

O Presidente da República enalteceu aos esforços da geração de jovens que entregaram as suas vidas para libertar o país do jugo colonial. Para Nyusi, a vitória alcançada a 7 de Setembro “não foi um acto de caridade, foi uma vitória arrancada com derramamento de sangue de homens e mulheres honrosos que, cumprindo o seu juramento, lutaram de diversas formas pela libertação de Moçambique”. O Chefe de Estado reconheceu, no entanto, que apesar de já se terem passado muitos anos, há ainda combatentes pela liberdade que ainda não beneficiam das suas pensões, muitos dos quais a viverem em péssimas condições. Mas deixou garantias de que o Governo de tudo fará para reverter este cenário.

Filipe Nyusi diz que, nos dois anos e meio do seu governo, com muito esforço, tem procurado formas de melhorar a situação social e económica dos combatentes, tendo durante este tempo sido regularizadas pensões de mais de 41 mil combatentes, 15 mil dos quais combatentes pela defesa da soberania e democracia, ou seja, da guerra dos 16 anos. E prometeu que o Ministério dos Combatentes vai continuar a trabalhar para que todos os combatentes ou seus familiares recebam os benefícios de que têm direito pelo contributo inestimável que prestaram à nação.

Por outro lado, reconheceu o papel da província do Niassa para a independência nacional e referiu que, pelo facto daquela parcela do país ter acolhido a guerra, foi sacrificada pelo próprio colono e, até hoje, o Governo não tem conseguido promover o desenvolvimento que ela merece e, por essa razão, tem ficado sem sono, por não conseguir criar as melhores condições possíveis para que Niassa deixe de ser pobre.

Nyusi anunciou, na ocasião, que vão iniciar brevemente obras de construção de uma fábrica de cimento, no distrito de Chimbonila, que vai empregar mais de 500 pessoas na fase de produção, maior parte das quais oriundas daquela província. A fábrica terá como matéria-prima calcário, argila, entre outra extraída em Niassa.

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