Metade do mandato de Nyusi: Prestação pública de contas transmite confiança ao povo
A CORAGEM demonstrada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, ao aparecer publicamente e falar aos moçambicanos das realizações do seu Governo é prova de que sempre se inspirou no povo e dele busca aconselhamentos.
Este posicionamento foi assumido por personalidades ouvidas pela reportagem do Notícias a propósito do meio-termo do mandato do Chefe do Estado. Segundo os entrevistados, a forma modesta e humilde como Nyusi se dirigiu aos moçambicanos não para se justificar sobre o que não foi feito, mas apresentar parte do que se propôs fazer ao longo dos cinco anos e comprometer-se a trabalhar afincadamente para cumprir a promessa, corrigindo o que vai mal, transmite a confiança aos moçambicanos de que o país está a dar passos firmes e seguros rumo ao desenvolvimento.
Consideram que as críticas que oriundas de diferentes quadrantes da sociedade, relativamente ao desempenho do Executivo do Presidente da República são, na essência, aconselhamentos e contribuições de moçambicanos preocupados com o desenvolvimento sócio-económico do país.
Não vergou perante adversidades
AS condições económicas difíceis, provocadas pela crise internacional, não foram suficientes para amolecer a governação do Presidente Filipe Nyusi que, na opinião de Edson Macuácua, deputado, enfrentou todos os constrangimentos e conseguiu, com os meios disponíveis, alcançar resultados positivos.
De acordo com Macuácua, o Presidente Nyusi tomou posse num contexto internacional de crise económica e financeira, de baixa dos principais produtos de exportação, com impacto na balança de pagamentos e no fluxo de investimentos e apoios externos aos países em desenvolvimento.
A nível nacional, registava-se um ambiente bastante adverso, caracterizado por cheias e secas que afectaram a produção e produtividade, sobretudo ao nível da agricultura, tensão militar, dívida pública e descontinuidade do apoio dos parceiros ao Orçamento do Estado e com a desvalorização do metical face ao dólar.
“Foi neste quadro que Nyusi inicia o seu mandato e enfrenta estes desafios. Fez juramento ao povo, a quem chamou de seu patrão, de resgatar a paz, manter o país unido e promover o desenvolvimento. Hoje temos o país com a paz relativa, conquistada e a caminhar para uma paz duradoira. Temos os índices de produção agrícola dos mais altos dos últimos 15 anos. Tem estado a gerir o dossier da dívida pública, o metical valorizou-se face ao dólar, os indicadores macroeconómicos melhoraram bastante, foram concluídos vários empreendimentos iniciados neste e no último mandato e há vários projectos em curso. A nível diplomático, Moçambique continua a elevar o seu prestígio na arena internacional”, disse Edson Macuácua.
Acrescentou que o Presidente da República está a manter o Estado a funcionar, sem o apoio dos parceiros de cooperação, nunca falhou ao pagamento dos salários e tem estado a implementar o manifesto eleitoral.
Falando sobre a sua linguagem e estilo de trabalho, que são alvo de crítica por parte de alguns círculos, Edson Macuácua afirmou que cada líder tem a sua maneira de trabalho, recordando que os cinco líderes que a Frelimo teve são diferentes na sua personalidade e no seu estilo de trabalho.
Exemplificou que Samora foi diferente de Mondlane, Chissano diferente de Samora, Guebuza de Chissano e Nyusi é diferente de Guebuza, mas todos lutam pelo mesmo ideal, que é o bem-estar do povo moçambicano. As diferenças na personalidade e estilo de liderança de cada um serviram para o contexto em que cada um esteve como líder.
“Foi na diferença que cada um reinventou a política e fez os ajustamentos necessários a cada contexto. Cada um tem a sua marca pessoal e influencia a colectividade. Os líderes são produto do tempo histórico em que vivem e são também obreiros do seu próprio tempo histórico. O uso da primeira pessoa pelo Chefe do Estado tem um fundamento constitucional, pelo facto de o Presidente da República ser um órgão unipessoal que é eleito por sufrágio directo e pessoal. Tem um compromisso directo com o povo e deve prestar contas ao povo que o elegeu, sobre o grau de cumprimento das promessas feitas. Há que recordar que durante as eleições, para além do manifesto eleitoral, há um compromisso que o candidato Filipe Nyusi apresentou e durante a tomada de posse fez um juramento perante o Povo”, sustentou.
Sobre o estilo pessoal de liderança do Chefe do Estado, Edson Macuácua destacou a simplicidade, humildade, ponderação e pragmatismo, que o levaram a lograr os resultados positivos, num contexto bastante adverso.
Na opinião de Macuácua, não existem fórmulas estáticas de resolução de problemas, assegurando que o conteúdo e estratégias para alcançar os objectivos mudam com o tempo, ainda que a finalidade seja a mesma.
“Por exemplo, em 1975 a construção da unidade nacional passava pelo centralismo democrático, mas hoje a consolidação da unidade nacional passa pelo inverso, que é a descentralização e desconcentração. Cada ciclo exige um estilo de liderança adequado ao contexto. Todos nós como Moçambicanos devemos apoiar os esforços do mais alto magistrado da nação na implementação da agenda nacional de unidade, paz e desenvolvimento”,