Samora é alicerce do orgulho colectivo
Samora Machel continua a ser alicerce do orgulho dos moçambicanos, cuja memória os instiga a conquistar um futuro de bem-estar e a obra os inspira na dimensão humana e patriótica.
O reconhecimento vem contido na mensagem apresentada ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, falando na Praça dos Heróis Moçambicanos, em Maputo, na cerimónia central que marcou a passagem de trinta anos sobre a tragédia de Mbuzini.
“A sua autoridade política nasceu da integridade moral e do exemplo de coerência. Na vida foi um combatente constante contra o que nos podia dividir, o tribalismo, racismo e o extremismo religioso. Com a sua prática e suas palavras aprendemos a ser todos irmãos de uma mesma nação, pois a sua governação pautou sempre pela inclusão, partilha de oportunidades e pela distribuição da riqueza. Samora Machel era um homem do povo e sempre defendeu os interesses do povo e por essa razão está presente no futuro que sonhamos construir”, disse o Chefe do Estado.
Para Filipe Nyusi, a vida e obra de Samora Machel consagram valores éticos, morais e de cidadania, onde os actos de exaltação da sua figura não se confundem com eventos de mistificação de uma personalidade, mas de reconhecimento de quem serviu a nação.
“Em todos os lugares de Moçambique o seu nome é evocado hoje para lembrar o orgulho de sermos quem somos:solidários com os mais carentes, disponíveis para lutar pelos que sofrem, pelos que são excluídos”, disse.
Segundo o Presidente da República, os mais pobres e os mais humildes insistem na evocação de Samora não apenas como uma lembrança, mas como um desejo de inclusão e cuidados sociais, pois a sua estatura humana continua a fazer prova do que é ser justo, fazer justiça, ser digno e honesto.
“Samora Machel lutou pela liberdade e igualdade da mulher e de todos aqueles que vivem sob o peso da opressão. Combateu para que não houvesse minorias nem discriminação de qualquer tipo na nossa sociedade. Encabeçou uma marcha irreversível de emancipação que mudou para sempre a nossa sociedade. A dimensão da figura de Samora Machel ultrapassa os limites da nossa fronteira e estende-se pelos países da região, do continente e do mundo”, disse.
Falando especificamente à família de Samora Machel e de outras vítimas perecidas em Mbuzini, bem como aos moçambicanos em geral, Filipe Nyusi manifestou, em nome do Governo, a solidariedade e profunda gratidão pela serenidade que tem caracterizado a longa espera pelo esclarecimento das circunstâncias da tragédia.
Exaltou igualmente a capacidade que os moçambicanos têm de ultrapassar as diferenças, alcançar a paz e abrir um novo capítulo de harmonia e concórdia, onde os passos dados e os que ainda estão por dar irão consolidar o país e ser um motivo de orgulho para todos.
“A sociedade inteira tem estado a repudiar a violência protagonizada pela Renamo e encoraja-nos a restaurar a reconciliação que já fomos capazes de conquistar e usufruir. Queremos apelar à Renamo para que tal como no passado mostremos que não há barreiras intransponíveis quando colocamos os interesses do povo e da nação acima de tudo”, afirmou o Presidente, recordando que nenhuma causa pode ser justa se a sua conquista significar sacrifícios para o povo.
Ainda ontem o Chefe do Estado depositou uma coroa de flores no monumento aos heróis moçambicanos, num acto em que foi acompanhado por centenas de pessoas, entre dirigentes do Estado, personalidades nacionais e estrangeiras, membros do corpo diplomático e da sociedade civil, personalidades políticas, entre outros presentes.