Governo determinado a viabilizar agricultura
O Governo está apostado em acelerar o passo com vista a viabilizar a agricultura e garantir a segurança alimentar dos moçambicanos.
A garantia foi dada ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante um retiro organizado com membros do Conselho de
Ministros, governadores provinciais, administradores distritais e vários quadros seniores do Estado, com o objectivo de operacionalizar as decisões saídas do Fórum Internacional de Empresários dos Sectores Agrário e Pesqueiro, recentemente realizado na província de Manica.
Num encontro em que a comunicação social foi permitida presenciar apenas a parte introdutória, o Presidente Nyusi disse ser urgente resolver o problema da subnutrição, adiantando que “os primeiros dados poderão ser anunciados ainda este ano.”
“É também importante nos debruçar sobre a diversificação da economia. A tónica dominante das intervenções nos últimos tempos tem sido os hidrocarbonetos, mas nos esquecemos que durante todo este tempo vivemos sem o gás. Temos vários recursos naturais como o mar e em Chimoio houve ideias sobre como financiar a agricultura e o que fazer com os sete milhões de meticais provenientes do Fundo de Desenvolvimento Distrital”, disse.
Ainda ontem previa-se que os participantes elaborassem os termos de referência para a implementação e operacionalização das recomendações do Fórum Internacional dos Empresários dos Sectores Agrário e Pesqueiro, que produzissem uma matriz de actividades, constituíssem um grupo interministerial para além de prepararem o respectivo plano de investimentos.
De referir que o sector agrário contribui com 25 por cento para o Produto Interno Bruto (PIB) e constitui a principal fonte de subsistência para 90 por cento das mulheres moçambicanas. Das cerca de 4.2 milhões explorações agrícolas existentes no país, 98.9 por cento são pequenas empresas que empregam 5,7 milhões de pessoas, correspondentes a 72 por cento da mão-de-obra total empregada.
Não obstante o sector ser importante para a economia, abaixo de quatro por cento dos agricultores usam fertilizantes; menos de cinco por cento pesticidas; abaixo de 10 por cento adoptam sementes melhoradas; somente quatro por cento utilizam sistemas de mecanização agrícola; menos de seis por cento têm acesso ao crédito; cerca de nove por cento têm acesso aos serviços de extensão agrária e apenas 25 por cento vendem regularmente a sua produção no mercado.
Durante o Fórum Internacional dos Empresários dos Sectores Agrário e Pesqueiro, o Presidente Filipe Nyusi considerou tais cifras de “preocupantes”, frisando a pertinência de se sair dessa faixa no novo ciclo de governação.