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ATRIBUIÇÃO DO GRANDE COLAR: Chissano agradece aos timorenses

O ANTIGO Presidente da República,Joaquim Chissano, expressou ontem “emoção e carinho” pela decisão “do povo timorense” de lhe atribuir o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país para estrangeiros.

 

“É com muita emoção que recebo este Grande Colar de Timor-Leste, em reconhecimento da minha contribuição para a luta e vitória do povo deste país contra o colonialismo e contra a ocupação estrangeira”, disse na cerimónia em que recebeu o Grande Colar das mãos do Presidente timorense, Taur Matan Ruak

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“Sinto que o carinho com que o povo de Timor-Leste tem tratado o povo de Moçambique e os seus dirigentes, e a mim, em particular, faz-me receber com um sentimento de distinção este prémio que o povo timorense me oferece, através do seu Chefe de Estado”, afirmou.

A condecoração foi atribuída a Chissano a 30 de Maio de 2009, pelo então Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que agraciou com o mesmo galardão, e na mesma altura, o ex-Presidente português Jorge Sampaio e as Nações Unidas.

Este galardão tem de ser conferido pelo próprio Presidente da República, nunca tendo havido desde 2009, segundo a presidência timorense, oportunidade para o entregar a Joaquim Chissano.

Chissano disse que este é verdadeiramente “um acto do povo timorense”, porque recebeu um galardão que lhe foi conferido por José Ramos-Horta das mãos do actual Presidente Taur Matan Ruak, a quem considerou “um combatente da liberdade de Timor-Leste”.

O antigo Presidente da República recordou “os momentos de dor que os moçambicanos sentiram” depois do “abandono à sua sorte de Timor-Leste” pelos portugueses e, posteriormente, com a invasão e ocupação indonésia.

“Sentíamos também grande dor porque sentíamos a necessidade de que o povo de Timor-Leste precisava de uma mão. Mas devido à grande distância, aos mares, não o podíamos fazer”, afirmou.

O Chefe de Estado de Timor-Leste transmitiu, em seu nome e do povo timorense, o “reconhecimento profundo pela acção e o empenho determinados e persistentes” que Joaquim Chissano “sempre mostrou no apoio à luta do povo e da resistência timorense pela liberdade e independência”.

“O acolhimento fraternal, o apoio do Governo e do povo moçambicano, bem como todas as formas de solidariedade que a República de Moçambique teve com a luta do povo timorense, pela dignidade e o direito à autodeterminação e à independência, constituem um capítulo heroico e singular da solidariedade e fraternidade humanas na história mundial no século XX. Essa solidariedade e fraternidade estão para sempre inscritas no coração do nosso povo”, afirmou.

Matan Ruak recordou o papel de Chissano e de Samora Machel, “obreiros e impulsionadores, a todos os níveis, da solidariedade inabalável que, durante 24 anos, se forjou entre os povos de Moçambique e de Timor-Leste”.

“A acção de vossa excelência foi sempre oportuna, incansável e amiga: no apoio à resistência timorense e aos timorenses exilados em Moçambique; e no plano diplomático, onde se travaram muitas batalhas”, disse.

O Chefe de Estado de Timor-Leste destacou que a resistência timorense beneficiou de iniciativas diplomáticas moçambicanas e dos restantes países de língua portuguesa e enalteceu o papel de Chissano “enquanto diplomata e estadista”.

Tem sido, disse, “um promotor de diálogo, paz e conciliação” e deixa “um legado notável e um exemplo que brilha num mundo onde as relações internacionais são excessivamente marcadas, muitas vezes, pela crispação e a violência”.

Chissano, de 76 anos, visita Timor-Leste para participar em vários eventos organizados para assinalar o 20.º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Paz aos timorenses José Ramos-Horta e Ximenes Belo.

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