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HOMENAGEM À EDUARDO MONDLANE EM NWADJAHANE

Centenas de pessoas vão testemunhar, esta segunda-feira, em Nwadjahane, província de Gaza as cerimónias centrais de homenagem à Eduardo Chivambo Mondlane, arquitecto da unidade nacional.

 

O acto será orientado pelo Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi.
Se estivesse vivo, o primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique completaria hoje noventa e seis anos. 
Deposição de uma coroa de flores no monumento erguido em sua memória, inauguração de uma biblioteca, entre outras actividades, vão marcar a homenagem do obreiro da unidade nacional.
A governadora de Gaza, Stela Pinto Novo Zeca, considera que Nwadjahane deve ser um santuário, donde todos devem-se inspirar para o seu contributo no desenvolvimento do país.

Eduardo Mondlane 1920-1969

A vinte de Junho de 1920, nascia na localidade de Nwadjahane, distrito de Mandlakazi, província de Gaza, Eduardo Chivambo Mondlane.

Filho de um chefe tradicional, Eduardo Chivambo Mondlane estudou na missão presbiteriana suíça próxima de Mandlakazi e na então cidade de Lourenço Marques, hoje Maputo, tendo terminado os seus estudos secundários numa escola da mesma Igreja na África do Sul. Teve uma curta passagem pela Universidade de Lisboa e obteve um financiamento dos suíços para fazer os estudos superiores nos Estados Unidos da América, onde se doutorou em Sociologia.
Mondlane trabalhou nas Nações Unidas, no Departamento de Curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países africanos, e foi também professor de história e sociologia na Syracuse University, em Nova Yorque. Nessa altura, na década 50. Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recrutá-lo para trabalhar na administração colonial, Eduardo Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência às colónias africanas.

Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suíça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura formaram-se independentemente três organizações com o mesmo objectivo, a UDENAMO, União Democrática Nacional de Moçambique, a MANU-Mozambique African National Union, a maneira da KANU, do Quénia e a UNAMI-União Nacional Africana para Moçambique Independente. Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferentes, mas Mondlane tentou uní-las, o que conseguiu, com o apoio do então presidente da Tanzânia, Julius Kambradje Nyerere. A Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique foi criada na Tanzânia, com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962, tendo Eduardo Mondlane sido eleito seu primeiro presidente, com Uria Simango como vice-presidente.

Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão de que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apoios para levá-la a cabo, o que Mondlane começou a fazer. 
Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, com eles, contava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte ocorrida a 3 de Fevereiro de 1969, na capital tanzaniana, vítima de uma encomenda armadilhada.(RM)

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