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“O POVO NÃO PODE SER FEITO REFÉM PARA SE ALCANÇAR O PODER”

MAPUTO, 14/06/2016 – O Presidente da República, Filipe Nyusi, voltou a criticar a Renamo e o seu líder pelas acções militares que vêm protagonizando, em particular, na zona Centro do país, que se enquadram nas suas reivindicações políticas.

Falando, esta segunda-feira, durante a cerimónia de patenteamento de oficiais-generais da Polícia da República de Moçambique (PRM) e empossamento de novos comandantes para os ramos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Filipe Nyusi voltou a convidar a Renamo a abraçar o diálogo e a não forçar cedências políticas através do uso da força.

“O Governo está consciente de que o soar das armas não é o caminho certo para a busca da paz e sempre defendemos o dialogo. Estamos igualmente claros que as incursões com recurso a armas não devem servir de mecanismo para forçar o Governo a consensos inconstitucionais que ferem os princípios democráticos. O povo não pode ser feito refém para se alcançar o poder” disse o Chefe de Estado.

Durante a sua intervenção, Nyusi fez menção aos ataques militares, que já forçaram a introdução de colunas militares ao longo da EN1 e EN7, no centro do país, e alertou para o impacto que pode causar nos países vizinhos. “Os países vizinhos não devem ganhar o ódio contra os moçambicanos, porque um grupo localizado ataca os seus bens quando transitam por Moçambique”, referiu.

Num discurso com vários tons de aproximação, o Chefe de Estado vincou a necessidade de um diálogo mais profícuo e desarmamento da Renamo. “Estamos num Estado democrático e de Direito, por isso, não devemos abrir espaço para uma convivência dualista, por um lado, partidos civis e, por outro lado, partidos armados”, disse, reiterando que “o Governo continuará a busca incessante da tranquilidade completa, em todo o território nacional, numa base de diálogo permanente e produtivo, única via para o desenvolvimento e convivência harmoniosa entre os moçambicanos”.

Na cerimónia desta segunda-feira, ao nível da FADM, tomaram posse o major-general Lázaro Menete, para o cargo de comandante do Exército; o major-general Messias Niposso, para comandante da Força Aérea; o contra-almirante Eugénio Muatuca, para comandante da Marinha de Guerra; o major general Eugénio Mussa, para comandante do Serviço Cívico; e o brigadeiro Francisco Mataruca, para vice-comandante do Instituto Superior de Defesa e Segurança Armando Emílio Guebuza.

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