Discurso do PR no Forúm de Negócios Belgica – Moçambique
Senhores Ministros do Governo da República de Moçambique;
Senhor Michel Van Der Voort, PCA da Câmara do Comércio, Indústria e Agricultura Belgo-Luxemburguesa e ACP;
Senhora Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Moçambique no Reino da Bélgica;
Distintos Empresários;
Caros Convidados;
Minhas Senhoras e Meus Senhores;
Gostaríamos de agradecer por esta sublime oportunidade para falarmos um pouco sobre o nosso país, Moçambique, neste importante encontro de homens de negócios belgas e moçambicanos que buscam formas de fazer negócio nos nossos países amigos, quer de forma individual, quer em parcerias entre si.
Saudamos, por isso, a todos os empresários aqui presentes e a equipa da organização por terem tornado este momento possível.
Esta é a minha primeira Visita a este maravilhoso país, na qualidade de Chefe de Estado e de Governo da República de Moçambique.
Trazemos no topo da agenda das nossas conversações, o estreitamento das nossas relações de cooperação a todos os níveis, com particular realce para a economia.
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Os laços de cooperação entre Moçambique e o Reino da Bélgica são históricos.
Os mesmos abarcam vários sectores, destacando-se as áreas da saúde, educação, agricultura e segurança alimentar, infra-estruturas básicas, prevenção de conflitos e promoção de acções comunitárias.
Nos últimos anos, o Reino da Bélgica tem vindo a apoiar, também, a área de energia, na componente de eletrificação rural.
Estas acções mostram que as nossas relações ao nível dos Governos encontram-se num patamar bastante elevado.
Estão em curso esforços adicionais para que as mesmas se tornem cada vez mais dinâmicas.
Dado este ambiente, gostaríamos de ver incrementadas as relações ao nível económico, através de uma maior participação empresarial belga e outros aqui presentes no processo de desenvolvimento de Moçambique, criando riqueza e gerando postos de trabalho para os nossos cidadãos.
Não pode haver desenvolvimento sustentável em nenhum país sem a participação do sector privado.
Cientes desse pressuposto, os nossos Governos têm a responsabilidade de criar ambientes macroeconômicos e legislativos favoráveis à realização de negócios pelo sector privado.
Em, Moçambique, temos vindo a trabalhar neste sentido em colaboração com o próprio sector privado, representado pela Confederação das Associações Econômicas de Moçambique (CTA), na identificação de barreiras ao desenvolvimento de negócios a todos os níveis e na sua eliminação.
Temos vindo a trabalhar nas reformas legais e de outra natureza, há duas décadas e como resultado, temos vindo a atrair muito investimento privado nacional e estrangeiro nos últimos anos.
Os sectores chaves da nossa economia, são a agricultura e agro indústria, turismo, serviços, incluindo serviços financeiros, infra-estruturas, indústria, transportes e comunicações, recursos minerais, energia, entre outros.
São estes sectores que contribuem para o desenvolvimento económico de Moçambique e na geração de postos de trabalho para os nossos cidadãos e alívio à pobreza.
Nos últimos cinco anos, por exemplo, foram aprovados, em Moçambique, muitos projectos orçados em cerca de 18 biliões de dólares americanos.
Entre os maiores investidores destacam países como Portugal, o Reino Unido, República da África do Sul, Maurícias, os Emiratos, China, Índia, entre outros.
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Distintos empresários,
A troca exaustiva de informação de negócios e sobre oportunidades de investimento no nosso país que vai resultar deste encontro deixa-me convencido que brotarão iniciativas concretas e frutíferas de investimento.
Queremos, neste contexto, encorajar o empresariado belga para que também faça parte dos grandes investidores em Moçambique.
Sabemos que alcançaremos os objectivos desejados, reconhecida que é a experiência e competência que os empresários deste país amigo detêm nos mais variados sectores de actividade económica, particularmente a indústria, tecnologia, finanças e turismo.
A Bélgica possui uma larga experiência na agricultura, a principal fonte de rendimento de cerca de 80 por cento da nossa população de mais de 23 milhões.
As culturas produzidas aqui são praticamente as mesmas produzidas em Moçambique, nomeadamente o açúcar, vegetais, frutas, grãos, tabaco, carne bovina, leite, carne suína.
Para além destes, Moçambique produz banana de alta qualidade, manga, citrinos, milho, soja, algodão, tabaco, entre outros produtos.
Distintos Empresários,
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Moçambique é um país que já está na rota do desenvolvimento sustentável.
Possui uma população jovem e mão-de-obra bastante competitiva e com enormes potencialidades em todos os sectores com destaque para agricultura, agro-indústria, indústria, hotelaria e turismo, construção, transportes e comunicações, banca e seguros, recursos minerais, pescas e aquacultura, entre outros.
A nossa economia vem registando profundas transformações influenciadas pelos grandes investimentos que estão a ocorrer em Moçambique.
Destacam-se o sector dos recursos minerais, além dos sectores tradicionais da nossa economia como a agricultura, agro-indústria, turismo e transporte e comunicações entre outros, permitindo, deste modo, um desenvolvimento mais integrado e sustentável.
Nos últimos 10 anos, temos vindo a assistir a uma trajectória de crescimento rápido e consistente, na ordem de 7.0 porcento ao ano, reconhecido como o crescimento mais acelerado entre os Países não exportadores de petróleo.
Este nível de crescimento poderá conhecer uma aceleração para 8 a 9 porcento nos próximos anos com a exploração efectiva das enormes quantidades de recursos minerais, nomeadamente o carvão e gás natural.
Por exemplo, as empresas envolvidas na exploração do gás na bacia do Rio Rovuma onde temos grandes descobertas deste recurso, irão investir nos próximos quatro anos cerca de 20 biliões de dólares norte-americanos de acordo com os seus planos de negócios já aprovados pelo nosso Governo.
Ainda sobre a exploração dos recursos minerais, o nosso desafio prende-se com a sua transformação e utilização local, de forma a acrescentar valor, gerar renda e postos de trabalho para os nossos cidadãos.
Minhas Senhoras e Meus Senhores,
Qualquer investidor que queira saber se existem boas estradas, pontes, portos, e caminhos-de-ferro, energia, infra-estruturas de abastecimento de água, linhas aéreas, entre outras facilidades em Moçambique, vai ter como resposta que a nossa infra-estrutura, especialmente a de transporte e comunicações, é uma das melhores na nossa região e no continente, aliada à sua localização na costa oriental da África.
Os portos de Maputo, Beira e Nacala, no sul, centro e norte do país, proporcionam um acesso mais fácil aos mercados internacionais, incluindo países aqui na Europa.
Os nossos corredores de transportes, constituídos por estradas e caminhos-de-ferro, também desempenham um importante papel no comércio regional.
Quando falamos do comércio regional referimo-nos especialmente á região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) na qual Moçambique faz parte.
Por isso, investir em Moçambique é investir para um mercado preferencial bastante extenso com cerca de 300 milhões de consumidores.
Em Moçambique, pode-se produzir bens e serviços para este mercado preferencial e outros a que Moçambique tem acesso tais como o mercado europeu, Austrália, Índia, Estados Unidos da América e a República Popular da China.
Termino convidando uma vez mais aos homens de negócios belgas, luxemburgueses e dos ACP a investirem em Moçambique.
Aqueles que já o fizeram têm contado boas histórias de sucesso, incluindo bons retornos dos seus investimentos.
Ninguém já se arrependeu por investir em Moçambique, a Pérola do Índico e Terra de Boa Gente.
Para aqueles que buscam lazer, o nosso país é ideal.
As nossas praias de águas cristalinas, quer no Oceano Índico, quer em lagos, a gastronomia, entretenimento, e hospitalidade do nosso povo, fazem com que aqueles que nos visitam queiram volta mais e mais vezes.
Muito obrigado pela vossa atenção.