SG em Cabo Delgado: Denunciar promotores da desordem
Em todo o país estão a ser levadas a cabo manifestações de repúdio ao clima de tensão político-militar, ao mesmo tempo que se multiplicam apelos tendentes ao diálogo com vista à consolidação da paz.
A instabilidade torna-se aguda quando homens armados confirmados da Renamo emboscam as Forças de Defesa e Segurança (FDS), atacam alvos civis, principalmente ao longo da Estrada Nacional-1, impedindo a livre circulação de pessoas e bens.
Semana finda, o Secretário-Geral da Frelimo, Eliseu Machava, trabalhou na província de Cabo Delgado, reunindo-se com militantes e membros do seu partido e com a população no geral, a quem pediu muita vigilância contra movimentos estranhos e denúncia às autoridades em relação aos que agem no sentido de pôr em causa a lei, a ordem e segurança públicas.
Eliseu Machava defende durante o périplo pela província de Cabo Delgado que os autores da tensão política que se vive no país, caracterizada por disparos contra viaturas e pessoas, sobretudo na região centro do país, são, nomeadamente, a Renamo e o seu líder, Afonso Dhlakama, e estranhou que haja figuras que fingem não saber quem protagoniza tais actos, considerando tal comportamento de cobardia.
De acordo com Machava, os moçambicanos precisam de ficar unidos e condenar estes actos, que podem levar o país ao abismo, numa altura em que acabam de ser descobertas quantidades incalculáveis de recursos naturais.
Falando à população de Pemba, Machava sossegou os presentes dizendo que as hostilidades vão ter fim.
“Há pessoas que quando ouvem que a Renamo escavou estrada ou matou pessoas reagem dizendo que os dois devem sentar à mesa do diálogo, conversar para acabar o problema. Mas sabem quem destruiu e não condenam esta atitude. Este tipo de comportamento de alguns cidadãos chama-se cobardia e não ébom” – lamentou Machava.
Falando a jornalistas, Machava disse que foi a Cabo Delgado com uma mensagem de reforço da unidade nacional, da cultura de paz, da necessidade de trabalhar para a produção de riqueza e participação activa dos militantes. Disse, por outro lado, que a população deve aumentar a vigilância nas comunidades, alegadamente porque pode haver gente a criar dificuldades ao desenvolvimento.
“Temos estado a descobrir muitos recursos naturais, e há gente estrangeira que pode vir com a desculpa de que vem investir, mas que ao invés de nos ajudar e procurar soluções, vai-nos criar dificuldades semeando a divisão, preguiça e distanciamento entre moçambicanos. Devemos, por isso, ver aqueles que efectivamente querem trabalhar connosco e os que vêm nos destruir” – referiu Eliseu Machava.
Acrescentou ainda que há pessoas que podem aproveitar-se da divisão dos moçambicanos, para retirar as riquezas. Referiu que há muitos recursos que foram descobertos, incluindo minerais em Cabo Delgado, e “quando éassim podemos ter muitos inimigos, que podem espalhar confusão entre nós para aproveitar pilhar as nossas riquezas. Temos de saber quem são de facto os nossos amigos”.