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“Regressados de Nachingweia” trouxeram a independência

COMBATENTES da luta de libertação nacional consideram um insulto serem tratados como “regressados de Nachingweia”, tendo em conta que deram tudo de si pela conquista da independência e também pela democracia que se vive hoje no país.

Reagindo aos pronunciamentos da bancada da Renamo na Assembleia da República, segundo os quais os “regressados de Nachingweia”, numa alusão aos combatentes da luta de libertação nacional, “devem deixar de confundir esta luta com a democracia”, os combatentes exigem decoro e respeito, sobretudo quando presentes na chamada Casa do Povo.

Discursando semana finda na cerimónia de abertura da II Sessão Ordinária da Assembleia da República, a chefe da bancada parlamentar da Renamo, Maria Ivone Soares, considerou os combatentes de “punhado de compatriotas” que chama a si a propriedade da independência nacional, numa atitude que, segundo os combatentes, revela a falta de respeito e consideração para com todos os que lutaram pela libertação da pátria do jugo colonial português.

Na verdade, segundo Fernando Faustino, secretário-geral da ACLLN, a independência nacional se deveu à entrega dos jovens pertencentes à geração de 25 de Setembro, os quais consentiram sacrifícios e nalguns casos deram as suas vidas pela autodeterminação do povo moçambicano e, mais recentemente, pela paz e democracia.

“Portanto, é um insulto e falta de consideração tratar-nos como “regressados de Nachingweia”. Ao tratar-nos desta maneira a chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares, falta ao respeito também aos seus progenitores e, no caso concreto, à sua mãe, Arminda Dhlakama, que integrou também o grupo dos jovens treinados em Nachingweia para lutarem contra a ocupação estrangeira em Moçambique”, desabafou Fernando Faustino, acrescentando que a própria Ivone Soares está hoje no Parlamento mercê da luta dos combatentes pela liberdade e democracia em Moçambique.

Na mesma circunstância Fernando Faustino refutou as alegacões de Ivone Soares, segundo as quais a democracia moçambicana é fruto dos 16 anos da luta levada a cabo pela Renamo.

“Ivone Soares é jovem demais para deturpar os factos da nossa história. A Renamo promoveu durante 16 anos uma guerra de desestabilização que destruiu todo o tecido social moçambicano. Essa guerra destruiu escolas, hospitais, estradas e pontes, estabelecimentos comerciais; ceifou várias vidas e ainda hoje cada um dos moçambicanos chora por ter perdido o seu ente querido nesta guerra”, disse o secretário-geral da ACLLN (Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional), sublinhando que nenhum moçambicano se esqueceu das atrocidades cometidas por esta organização, a qual está a ser julgada e condenada eternamente pelo voto popular. Esclareceu que os combatentes, fiéis à sua causa, portanto a causa da paz, da liberdade e do bem-estar dos moçambicanos, tudo farão para deixar em “pratos limpos” os factos da história e jamais permitirão ser humilhados por indivíduos que agem a soldo de regimes exteriores.

Referiu que os combatentes da luta de libertação nacional continuam firmes na sua determinação de defesa da pátria, da integridade territorial, da paz e na promoção da unidade nacional para um rápido desenvolvimento do país.

Para a ACLLN, a Renamo é um partido que, pela sua conduta, deve ser expurgado do cenário político moçambicano. “Ela cumpre agendas de fora, não possui nenhuma identidade e atrasa o desenvolvimento de Moçambique”, salientou, para depois frisar que os moçambicanos estão atentos a todos os cenários protagonizados por este partido e em veredicto saberão ditar a sentença.

Aconselhou os moçambicanos para estarem atentos às insinuações da Renamo, que visam distorcer a história da luta, e apelou à denúncia pública de tais actos para que em tempo real possam ser corrigidos.

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