POLÍTICA E DIPLOMACIA INCOMPATÍVEIS COM POBREZA: NYUSI
Nova Iorque, 25 Set
O Presidente da República, Filipe Nyusi, considera ser difícil conciliar a política e diplomacia com a pobreza, e que não basta o país crescer economicamente, pelo que urge acelerar a melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos.
Nyusi defendeu esta asserção, na noite de quinta-feira, durante um jantar com empresários norte-americanos oferecido pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos da America (EUA), escassas horas após a sua chegada a cidade de Nova Iorque, onde se encontra para participar na cimeira das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável e na 70ª Assembleia Geral desta organização mundial.
Podemos fazer política, podemos fazer diplomacia, podemos cooperar como queiramos, mas enquanto economicamente não estivermos firmes, fazer política e diplomacia é insustentável, disse Nyusi.
O Chefe de Estado referiu que não é ambição do governo que o país cresça apenas economicamente, bem como outros indicadores, enquanto isso não se reflectir no desenvolvimento do Homem.
Nyusi, que falava de improviso, vincou aos presentes que o governo moçambicano já não está a pedir o apoio dos empresários norte-americanos.
Viemos para percebermos e trabalharmos juntos e, por isso mesmo, viemos com empresários moçambicanos, disse o Presidente da República, explicando que o encontro com os empresários norte-americanos se reveste da mesma importância que a sua participação nos dois grandes eventos das Nações Unidas que iniciam esta sexta-feira.
Aliás, Nyusi enfatizou que o seu primeiro acto no solo americano foi precisamente manter um encontro com a comunidade empresarial daquele país.
Efectivamente, o primeiro acto do estadista moçambicano minutos após a sua chegada a cidade de Nova Iorque foi receber, em audiência, o vice-Presidente da multinacional petrolífera Anadarko, James Kleckner.
A Anadarko é a operadora de um consórcio na Área 1 da Bacia do Rovuma que está a investir cerca de 24 biliões de dólares para a exploração de gás natural.
Nós somos políticos e o nosso trabalho é criar o bem-estar para as populações mas, para isso, só podemos fazer com um sector empresarial muito forte, disse.
Nyusi apresentouo o potencial económico e de recursos naturais de Moçambique nas áreas do turismo, agricultura, construção de infra-estruturas, produção de energia, entre outras.
A semelhança de outros encontros desta natureza, Nyusi dedicou uma atenção especial ao desenvolvimento do sector agrícola, vincando que ninguém come gás.
Este era mais um apelo do Presidente para a diversificação da economia moçambicana para outros sectores de actividade, evitando criar uma dependência excessiva da exploração do gás natural.
A estabilidade sociopolítica em Moçambique também mereceu uma atenção especial do mais alto Magistrado da Nação, que assegurou que todas as instituições do Estado moçambicano estão a funcionar plenamente.
Nyusi manifestou a sua satisfação com o facto de os empresários americanos terem afirmado que vão fazer tudo ao seu alcance para garantir a estabilidade no país porque estão interessados para que Moçambique evolua e não podem retirar os seus investimento apenas para a satisfação de vontades individuais’.
O Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, Rogério Manuel, numa breve intervenção, convidou os empresários norte-americanos a investir em Moçambique. Referiu que um dos atractivos é o facto de ano após ano Moçambique estar a subir no ranking do Doing Business.
Por seu turno, o co-Presidente da Africa Business Initiative, da Câmara de Comércio dos EUA, Don Gips, enalteceu o trabalho que está sendo desenvolvido pelo estadista moçambicano, afirmando que este é um momento excitante para a nossa participação no crescimento de Moçambique.
Por Elias Samo Gudo, da AIM, em Nova Iorque