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PARA ACABAR COM CASAMENTOS PREMATUROS: Isaura Nyusi defende mudança de postura

Quinta, 27 Agosto 2015

 

A PRIMEIRA-DAMA de Moçambique, Isaura Nyusi, defende que a melhor forma de acabar com os casamentos prematuros no país é a mudança da atitude individual, tendo clareza da acção que cada um deve tomar quando confrontado com um casamento de uma rapariga menor de 18 anos.

 

A esposa do Presidente da República Filipe Nyusi, fez este pronunciamento, ontem, durante a cerimónia de abertura do II Fórum Nacional Inter-Religioso sobre os casamentos prematuros que decorre na cidade da Matola, província de Maputo.

A primeira-dama convidou os moçambicanos, em geral, e as confissões religiosas, em particular, a darem o seu contributo na busca de soluções para os desafios que o país ainda enfrenta, um dos quais é o de combater os casamentos prematuros.

Para Isaura Nyusi, o evento, que decorre sob o lema “Casar? Só depois dos 18 anos”, reveste-se de grande significado para o nosso país, uma vez que junta esforços de “todas as forças vivas” da sociedade no combate aos casamentos prematuros, respondendo ao desafio lançado pelo Governo de tudo se fazer para não permitir que nenhuma rapariga se case antes dos 18 anos de idade.

O fórum, no qual participam também representantes do Governo, do Parlamento e da sociedade civil, pretende diagnosticar os principais problemas da rapariga, na perspectiva de identificar as acções que irão ajudar na definição de pilares da Estratégia Nacional de Prevenção e Eliminação dos Casamentos Prematuros no seio da sociedade moçambicana.

Isaura Nyusi instou aos participantes para que durante os dois de trabalho produzam consensos sobre as responsabilidades do Estado no que se refere ao empoderamento das crianças do sexo feminino com conhecimentos e habilidades para a vida, bem como a cooperação e coordenação das actividades das organizações da sociedade civil e as confissões religiosas entre elas e o Governo.

Apelou os participantes a chegarem a consensos sobre que iniciativas devem ser desenvolvidas para a prevenção e eliminação de casamentos prematuros em Moçambique.

“Gostaria de manifestar o nosso profundo apelo aos nossos queridos jovens para que estejam mais atentos às oportunidades que a vida lhes oferece e que não se precipitem para decisões que podem comprometer o seu futuro”, apelou Isaura Nyusi.

Moçambique é um dos países com alta taxa de casamentos prematuros, ocupando a 10.ª posição a nível mundial. Devido ao problema, que se faz sentir mais nas zonas rurais, as raparigas engravidam precocemente, abandonam a escola, ficam expostas à contaminação por doenças, entre as quais o HIV/SIDA, tornam-se mais pobres e vulneráveis a todo o tipo de violência (física, sexual e psicológica).

“O pastor e o sheik de hoje enfrentam os problemas de hoje. Deus não virá para pôr fim a isto enquanto nós não agirmos para salvar a rapariga e o mundo… O fenómeno de casamentos prematuros não tem fronteira de santidade, pelo contrário, é lá onde habita a santidade que os casamentos forçados procuram estar, é lá onde reina a oração, o perdão, o amor, o respeito onde os casamentos precoces circundam”, salientou Bernardo Dimande, presidente da Aliança Inter-Religiosa para a Advocacia e Desenvolvimento Social (AIRDES), que afirma que é reconhecendo o impacto do problema na sociedade que a instituição que dirige reuniu os diferentes segmentos da sociedade para juntos conceberem um plano de acção 2015-2019 e se comprometerem em trabalhar em prol da eliminação dos casamentos prematuros.

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